Em 14 de agosto de 2018, a jornalista Izabella Camargo (jornalista famosa) virou notícia quando sofreu um “apagão” ao vivo, enquanto apresentava a previsão do tempo. Para os espectadores, a jornalista parecia sofrer um “branco”, quando uma pessoa esquece uma palavra. Porém, por dentro, Izabella sentia a visão turva, o coração acelerado, falta de ar, enjoo, sudorese, formigamentos e as mãos frias. Ela estava estressada ao extremo.
Nesse dia, ela saiu do trabalho e foi procurar ajuda, sob risco de convulsão. “Eu me lembro de passar por três momentos, em que eu fechava e abria os olhos e pensava que eu poderia ter batido o carro facilmente”. Esse foi o primeiro diagnóstico de burnout que recebeu. Meses depois, veio o segundo: “tive novamente quando já estava trabalhando em Brasília e foi bem pior do que a primeira vez”, recorda a jornalista.
Entretanto, há pelo menos dois anos antes do episódio ao vivo, Izabella já acumulava uma dezena de sinais de alerta. As principais razões que levaram seu corpo ao ponto de desequilíbrio, ou como Izabella chama, “à gota que entornou o copo”, eram a quantidade de trabalho e o turno da madrugada no qual trabalhava: “foram muitos anos trabalhando em um horário muito estressante e a responsabilidade de preparar três jornais ao mesmo tempo fez com que a máquina desse um curto-circuito”, explica.
“Comecei a sentir o que muitas de nós vivemos e é atribuído ao glúten, à lactose, à idade, à menstruação”, diz. A lista de sintomas aumentava conforme o tempo passava: “era dor de cabeça frequente, enjôo, problemas no intestino, desregulações hormonais, queda de cabelo, manchas na pele, até a coisa ficar um pouco mais grave e eu começava a ter falta de ar, taquicardia, bruxismo, e visão turva”, lembra.
Para conseguir dormir e levantar nos horários em que precisava, ela começou a tomar remédios indutores de sono e medicamentos à base de anfetamina que a ajudavam a acordar, sob orientação médica. O corpo humano, em geral, tem um ciclo circadiano que é regido pelo sol: horas de vigília de dia, descanso pela noite. O estresse de dormir cedo para acordar de madrugada deixava Izabella irritada ao menor barulho na casa ou nos vizinhos. A jornalista já acordava estressada.
“Eu me lembro de ouvir o barulho da descarga do vizinho do prédio, e isso me acordava e já me deixava irritada. Isso às oito da noite. Para você ver como depois de um certo nível, a sua sensibilidade fica tamanha que é difícil controlar. Uma vez, em casa, minha mãe estava mexendo nos garfos e eu pensei: ‘já acordei assim’”.
O estresse crônico levou o corpo da jornalista a um mau funcionamento, que desencadeou uma série de problemas incluindo insônia e complicações hormonais e vasculares, que resultaram numa cirurgia para corrigir a renovação venosa.
Hoje a jornalista Izabella Camargo está bem e tratada mas você vai esperar chegar nesse ponto?
Falta de ar
Ansiedade constante
Irritabilidade aumentada
Enjoo
Sentimentos de tristeza ou desânimo
Sensação de sobrecarga emocional
Formigamentos
Dificuldade para relaxar
Alterações no humor (flutuações rápidas)
Sensação de impotência ou desesperança
Fadiga persistente
Dores musculares ou tensões
Dores de cabeça frequentes
Sudore
Problemas digestivos (ex.: dor de estômago, diarreia)
Alterações no apetite (aumento ou diminuição)
Insônia ou sono excessivo
Batimento cardíaco acelerado ou palpitações
Aumento do consumo de álcool ou cafeína
Isolamento social e afastamento de amigos e familiares
Procrastinação em tarefas importantes
Mudanças nos hábitos de exercício (sedentarismo ou excesso)
Dificuldade em cumprir prazos ou obrigações
Comportamentos impulsivos (ex.: compras excessivas)
Aumento da irritabilidade em situações cotidianas
Dificuldade de concentração e foco
Esquecimentos frequentes ou lapsos de memória
Pensamentos negativos ou catastróficos
Dificuldade em tomar decisões simples
Sensação de confusão ou desorientação
Falta de motivação ou interesse em atividades antes prazerosas
Ruminação sobre problemas ou preocupações
